Caso Miguel: Sari Corte Real processa Luana Piovani e pede R$ 50 mil por danos morais
A juíza Ana Cláudia Brandão de Barros Correia, da 29ª Vara Cível da Capital, determinou que Luana Piovani fosse intimada para se manifestar no processo
A ex-primeira-dama de Tamandaré, Sari Mariana Gaspar Corte Real, processou a atriz e influenciadora Luana Piovani por danos morais, alegando que declarações feitas por Piovani em redes sociais violaram "sua honra e dignidade". A ação tramita no Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE) desde 22 de novembro de 2024. A informação foi divulgada pelo portal g1.
Sari, condenada pela morte de Miguel Otávio Santana da Silva, menino de 5 anos que caiu do 9º andar de um edifício no Recife em 2020, solicitou o pagamento de uma indenização de R$ 50 mil. Segundo a defesa da ex-primeira-dama, Piovani teria publicado vídeos criticando Sari e o marido, Sérgio Hacker, após o Superior Tribunal de Justiça (STJ) suspender a ação que condenava o casal a pagar R$ 1 milhão à família do menino.
A juíza Ana Cláudia Brandão de Barros Correia, da 29ª Vara Cível da Capital, determinou que Luana Piovani fosse intimada para se manifestar no processo. Em sua conta no Instagram, a atriz comentou: “O mundo está acabando e ninguém me avisou?”, reacendendo o debate sobre o caso.
Acusações contra Piovani
Nos três vídeos anexados ao processo, Luana Piovani critica a decisão judicial que beneficiou Sari e cobra providências do governo de Pernambuco para agilizar o processo penal. Em uma das gravações, a atriz afirma que Sari e o marido são “criminosos” e chama Sérgio Hacker de “corrupto”. Ela também mencionou a aprovação de Sari em um curso de medicina: “Ela agora tentando cursar medicina”, disse.
Em outro momento, Piovani compartilhou postagens da mãe de Miguel, Mirtes Renata Santana, pedindo “cadeia para os criminosos Sari e Sérgio” e marcando perfis do presidente Lula, da primeira-dama Janja da Silva, do governo de Pernambuco e do Ministério Público.
Defesa de Sari contesta "exageros"
Danilo Heber de Oliveira Gomes, advogado de Sari, afirmou que a ação tem como objetivo conter os supostos “excessos” da influenciadora. “Ela já vinha dando uma sequência de declarações bem ácidas. [...] A gente não é contra a liberdade de expressão, mas existem, pelo menos, parâmetros mínimos”, declarou.
Ainda segundo o advogado, a ampla audiência de Piovani — que conta com mais de cinco milhões de seguidores — compromete a segurança de Sari. “Isso afeta até a segurança dela nos locais”, completou.
Resposta de Luana Piovani
Nas redes sociais, Luana Piovani ironizou o processo e destacou a luta de Mirtes Renata por justiça. Em um post, questionou: “Meus admiradores e pessoas de bem, vejam a que ponto chegamos... Mirtes Renata, até hoje, luta por justiça, e cadê?”.
Piovani também criticou o perfil de Sari nas redes sociais, onde ela se apresenta como “Dra. Mariana Gaspar Corte Real”. “Olha, ela faz medicina. Já é doutora. Valha-me, Deus!”, comentou.
Relembre o caso Miguel
Em 2020, Miguel Otávio morreu ao cair do 9º andar do Condomínio Pier Maurício de Nassau, no Recife. Na ocasião, Sari, responsável por cuidar do menino enquanto a mãe dele passeava com o cachorro da família, permitiu que a criança entrasse sozinha no elevador e apertou o botão para a cobertura. Miguel saiu no 9º andar, caminhou até um vão de ar-condicionado e caiu.
Sari foi condenada a sete anos de prisão por abandono de incapaz com resultado morte, mas segue em liberdade enquanto recorre da decisão. O caso gerou repercussão nacional, levantando debates sobre racismo estrutural e desigualdade social.
Em resposta à morosidade judicial, Mirtes Renata iniciou um curso de Direito e a Universidade Federal Rural de Pernambuco criou o Instituto Menino Miguel, que promove discussões sobre temas relacionados à infância e aos direitos humanos.
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