Programa Pé-de-Meia para futuros professores começa nesta sexta, diz Camilo Santana
Programa visa apoiar financeiramente o ingresso, a permanência e a conclusão dos cursos de licenciatura para estudantes que se destacam no Enem
Estudantes que participaram do Enem e desejam concorrer a vagas no ensino superior por meio do Sistema de Seleção Unificada (Sisu) terão a oportunidade de se inscrever no Pé-de-Meia Licenciaturas a partir desta sexta-feira (17/1). A novidade foi anunciada pelo ministro da Educação, Camilo Santana, durante o programa Bom Dia, Ministro, transmitido no Canal Gov pela Empresa Brasil de Comunicação (EBC).
O programa Pé-de-Meia Licenciaturas é uma iniciativa dentro do Programa Mais Professores para o Brasil, lançado no dia 14 de janeiro. Similar ao Pé-de-Meia para o Ensino Médio, o novo formato visa apoiar financeiramente o ingresso, a permanência e a conclusão dos cursos de licenciatura para estudantes que se destacam no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem).
Dados do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) revelam que apenas 3% dos jovens de 15 anos desejam seguir a carreira docente, e o desempenho deles é inferior à média nacional, o que reflete a necessidade de medidas de incentivo para atrair novos professores.
No Pé-de-Meia Licenciaturas, os estudantes recebem uma bolsa mensal de R$ 1.050, dos quais R$ 700 podem ser retirados imediatamente. O restante, R$ 350, será depositado como poupança e só poderá ser retirado quando o professor recém-formado ingressar em uma rede pública de ensino dentro de um prazo de até cinco anos após a conclusão do curso. Camilo Santana destacou que a iniciativa visa atrair os melhores alunos para a docência e mitigar a taxa de desistência dos cursos de licenciatura, que atualmente atinge 50% dos matriculados.
A primeira edição do programa irá oferecer 12 mil bolsas para candidatos com desempenho superior a 650 pontos no Enem. Ao longo dos quatro anos do curso, o valor acumulado pode atingir R$ 48.300. “Nós estamos criando um incentivo para que os estudantes com boas notas no Enem, e com perfil para ser professores, possam acessar essa formação. Isso é parte da nossa estratégia para fortalecer a profissão de educador no Brasil”, afirmou o ministro.
A seleção para o Sisu será feita com base nas notas do Enem, e os candidatos devem escolher entre as vagas nas universidades públicas e institutos federais, de acordo com as oportunidades oferecidas. A escolha também levará em consideração o perfil socioeconômico do candidato, conforme as normas da Lei de Cotas.
Além do Pé-de-Meia Licenciaturas, o Programa Mais Professores para o Brasil inclui o Bolsa Mais Professores, que vai financiar a atuação de docentes em áreas com carência de profissionais, especialmente em disciplinas como matemática, física e biologia.
O programa, que segue a lógica do extinto Mais Médicos, vai pagar uma bolsa de R$ 2.100 aos professores que decidirem trabalhar em regiões carentes, além do salário regular pago pela rede de ensino. Durante o período de dois anos da bolsa, o professor também será incentivado a realizar uma pós-graduação focada em docência.
Camilo Santana também abordou outras iniciativas importantes, como os pagamentos extras do programa Pé-de-Meia, previstos para fevereiro, e a nova lei sancionada pelo presidente Lula sobre o uso de celulares nas escolas. A legislação, que visa combater os efeitos negativos do uso excessivo de tecnologia na saúde mental dos alunos, tem como objetivo melhorar o ambiente escolar e incentivar a socialização entre os estudantes.
Apesar da restrição no uso de celulares, o ministro enfatizou que o MEC segue investindo na conectividade das escolas, com iniciativas como a Estratégia Nacional Escola Conectada, que já investiu mais de R$ 8 bilhões em infraestrutura, além de programas de formação digital para educadores. “A estratégia não trata apenas de levar conectividade às escolas, mas também de formar professores e cidadãos que saibam usar as ferramentas tecnológicas para melhorar a aprendizagem e a qualidade do ensino no Brasil”, concluiu Santana. Com informações Paulo Emilio
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